Relacionamentos afetivos no ambiente de trabalho são mais comuns do que se imagina. Afinal, passamos boa parte do nosso tempo no ambiente corporativo, interagindo com colegas, compartilhando desafios e conquistas. Mas… e quando esse relacionamento ultrapassa os limites profissionais? Isso pode dar problema?
A resposta é: sim, em alguns casos, o relacionamento no trabalho pode levar à demissão por justa causa.
Quando o relacionamento é permitido?
Do ponto de vista legal, não existe uma proibição expressa sobre namoros ou relacionamentos afetivos entre colegas de trabalho. Portanto, em situações onde o envolvimento não compromete o desempenho das atividades, nem gera conflitos ou constrangimentos, não há motivo para medidas disciplinares.
Empresas mais modernas, inclusive, reconhecem que o relacionamento entre colegas pode acontecer naturalmente e, por isso, preferem focar em boas práticas de convivência e ética profissional.
Quando o relacionamento pode gerar demissão por justa causa?
A demissão por justa causa ocorre quando há uma falta grave, prevista na CLT. Isso pode acontecer, por exemplo, quando o relacionamento:
- Gera favorecimento indevido (como promoções ou benefícios direcionados);
- Envolve relacionamento entre líderes e subordinados, o que pode configurar conflito de interesses;
- Resulta em condutas inapropriadas durante o expediente;
- Leva a constrangimentos, assédio ou exposição dos demais colaboradores;
- Descumpre regras internas da empresa, que tenham sido previamente comunicadas.
Nessas situações, se comprovado que houve quebra de conduta ou prejuízo ao ambiente profissional, a empresa tem respaldo legal para aplicar advertências e até mesmo demissão por justa causa.
O que os empreendedores devem fazer?
Para evitar riscos trabalhistas e proteger o clima organizacional, é essencial que a empresa adote algumas medidas preventivas:
✅ Estabeleça um código de conduta claro, abordando o tema de forma objetiva e respeitosa;
✅ Oriente os líderes sobre como lidar com situações delicadas que envolvam seus times;
✅ Ofereça treinamentos periódicos sobre ética, comportamento e cultura organizacional;
✅ Mantenha um canal de comunicação aberto e seguro para denúncias ou dúvidas dos colaboradores.
E os funcionários?
Colaboradores também têm responsabilidade sobre suas atitudes no ambiente de trabalho. Se envolver emocionalmente com alguém do time não é um erro por si só, mas é importante que:
🔸 Haja maturidade para separar o lado profissional do pessoal;
🔸 Não haja troca de benefícios, nem exposição do relacionamento no expediente;
🔸 Se houver conflito de hierarquia, considerar a possibilidade de comunicar o RH.
Relacionamentos no trabalho exigem equilíbrio, ética e bom senso. Tanto empregadores quanto empregados devem estar atentos aos limites entre o pessoal e o profissional, para preservar o respeito, a produtividade e a harmonia no ambiente corporativo.
E se a sua empresa ainda não tem um regulamento interno ou dúvidas sobre como lidar com essas questões, converse com um contador especializado ou um consultor trabalhista. Uma orientação correta pode evitar dores de cabeça futuras!
Fonte: Contábeis